quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Por que ler Poesias do Século XIX?




Estamos na semana da Pátria e resolvi escrever a respeito do movimento literário do Século XIX. Este assunto foi tema de diversos trabalhos escolares no ano de 2008 e percebi muita dificuldade dos alunos, diante da seguinte pergunta:
Por que ler Poesias do século XIX?
Este artigo é apenas uma pequena contribuição do que foi o movimento literário no século XIX. Aconselho que leiam mais as obras dos autores citados nesse artigo, para que entendam mais a respeito da importância que teve esse século para a Literatura Brasileira.
Peço desculpas se esquecer de mencionar algum autor ou escritor que você considere importante ou algum fato relevante também.
Toda a colaboração a este artigo é válida e será bem vinda e gratificante para os leitores.

Com carinho,

Rose Felliciano.
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É importante ler as poesias do século XIX, pois marca o período do verdadeiro nascimento da nossa literatura. Nele, enriqueceu-se admiravelmente a poesia, criaram-se o romance e o teatro nacionais e formou-se o circuito autor-obra-público, tão necessário ao estímulo da vida literária.
Com a vinda da família Real portuguesa para o Brasil, em 1808, dos atos de D. João VI que tiveram ressonâncias culturais significativas destacam-se: a abertura dos portos às nações amigas; a criação de bibliotecas e escolas superiores; a permissão para o funcionamento de tipografias (de onde surgiu o jornalismo, importante agente cultural do século XIX). Os Poemas do século XIX são vistos como "um ato de brasilidade" pois abandonaram aos poucos o tom lusitano em favor da fala brasileira, ressaltando o nacionalismo.
Contemporânea ao movimento da Independência de 1822, a literatura nesse período expressa sua ligação com a política e com o Romantismo, os sentimentos começam a tomar o lugar da razão como instrumento de análise do mundo, e a vida passa a ser encarada de um ângulo bem pessoal, em que sobressai um intenso desejo de liberdade. Essa ânsia de libertação que nasce no interior do poeta, em determinado momento alcança também o nível social, com o artista romântico colocando-se como porta-voz dos oprimidos e usando seu talento para protestar contra as tiranias e injustiças sociais, ao mesmo tempo que valoriza a pátria e os elementos que a representam. É o ardente nacionalismo e no Brasil gera o Indianismo, uma forma de exaltação do indígena, encarado como representante heróico da terra brasileira.
É um momento também Social onde a poesia deixa de ser apenas um lamento sentimental murmurado em voz baixa para ser também um grito de protesto político ou reivindicação social. A campanha pela libertação dos escravos ganha as ruas, e o poeta, mais do que nunca, procura ser o porta-voz de seu povo, e o seu canto, a luz da liberdade e o protesto contra as injustiças, como declara enfaticamente Castro Alves, um dos autores mais importante desse período.
Na segunda metade do século XIX surgem três tendências literárias: o Realismo, na prosa, e o Parnasianismo e o Simbolismo, na Poesia. O Realismo, que teve início na França, surge no Brasil principalmente em virtude da agitação cultural na década de 1870 sobretudo nas academias de Recife, São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, que constituíam centros de pensamentos e de ação por seus contatos freqüentes com as grandes cidades européias. Com o desenvolvimento dessas cidades brasileiras surge uma significativa população urbana, marcada por desigualdades econômicas que provocam o aparecimento de uma pequena massa proletária.
O Realismo, em oposição ao idealismo romântico, propõe uma representação mais objetiva e fiel da vida humana. Enquanto o Romantismo exalta os valores burgueses, o Realismo os analisa com impiedosa visão crítica, denunciando a hipocrisia e a corrupção da classe burguesa.
O Simbolismo vem a recuperar a musicalidade da expressão poética, uma vez que o Parnasianismo destaca a valorização excessiva do cuidado formal, o Simbolismo procura não ignorar as formas, mas apresentá-las “musical e doce”, “emocional e ardente”, como se o próprio coração fosse diluído nas estrofes.
Machado de Assis é considerado o melhor escritor brasileiro do século XIX e um dos mais importantes de nossa literatura. Foi também o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, a qual ajudara a fundar em 1897. A análise do comportamento humano foi a preocupação constante de Machado de Assis, que procurava ir além das aparências, revelando ao leitor os motivos secretos das ações humana.
Todo esse ambiente sociocultural do século XIX, influencia de maneira decisiva e muito importante para o florescimento da arte dramática, e, nesse sentindo, não se pode falar de teatro brasileiro antes do século XIX.

Movimentos literários do Século XIX

ROMANTISMO
REALISMO
PARNASIANISMO
SIMBOLISMO


Principais Poetas do ROMANTISMO: Castro Alves, Gonçalves Dias, José de Alencar, Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Franklin Távora, Joaquim Manoel de Macedo, Junqueira Freire, Martins Pena, Sousândre, Taunay.


Principais Poetas do REALISMO: Machado de Assis, Adolfo Caminha, Aloísio Azevedo, Domingos Olímpio, França Júnior, Manoel de Oliveira Paiva, Raul Pompéia.


Principais Poetas do PARNASIANISMO: Alberto de Oliveira, Olavo Bilac, Raimundo Correia, Vicente de Carvalho.


Principais Poetas do SIMBOLISMO: Alphonsus de Guimarães, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza.



*Fonte de Pesquisa: Estudos da Literatura Brasileira – Douglas Tufano- 4ª Edição.

*Imagem de Machado de Assis utilizada no artigo- desconheço a autoria.

sábado, 15 de agosto de 2009

POETA - Ser ou não ser... Eis a questão!!!!





Tenho percebido muitas dúvidas em como se tornar um Poeta.
O que escrever?
Como escrever?
Muitos solicitam a análise de seus textos Poéticos, para que tenham orientação de como estão escrevendo.
Diante de tantas dúvidas, resolvi escrever este artigo, com algumas informações que considero importantes para os iniciantes na arte da Poesia.
Bem, acho um tanto arriscado a análise e crítica de qualquer texto, sem o devido preparo para isto.
Escrever é algo maravilhoso e principalmente quando descrevemos sentimentos. Meu primeiro conselho é: Continue escrevendo.
Porém, quando se quer divulgar algo em espaços comuns, como é o caso da internet, alguns cuidados devem ser tomados:

• Procure não abreviar palavras.
• Verifique se o termo utilizado é conhecido culturalmente nas diversas regiões do seu País. Caso não seja, observe o seu significado no final do texto.
• Evite palavras obscenas, palavrões, expressões que contenham qualquer tipo de preconceito e apelo sexual. Lembre-se que qualquer criança pode ler o que foi escrito.
• Preocupe-se com a ortografia das palavras. Pontuação, acentuação e concordância verbal e nominal são regras importantíssimas para que se entenda o que foi escrito.
• Para os amantes das rimas, lembrem-se da musicalidade dos versos. A Poesia deve ser saboreada e não mastigada. - Cuidado com a rima pobre.

rima pobre
1. (versificação) a que ocorre entre palavras comuns, considerando-se assim as terminadas em -ão, -oso, -ar etc., bem como a que ocorre entre palavras pertencentes à mesma natureza gramatical com a mesma terminação.
Fonte:"http://pt.wiktionary.org/wiki/rima_pobre"


• Após escrever o seu texto (poema, poesia, etc.), verifique se a idéia central não foi repetitiva (a menos que o propósito seja justamente este).

* Um Poema não pode cansar o leitor.


Comece a lapidar seu diamante!

• Leia outros Poetas cujo estilo literário seja parecido ou o mesmo que o seu.
• Verifique como ele trabalha com o tema central ou a idéia principal do Poema.
• Mas muito cuidado com o Plágio, pois além de crime, é o maior indicador de que você não tem dom, nem competência para escrever coisa alguma(principalmente Poesia).


*Lembre-se que plágio não é apenas a cópia fiel de um texto e sim, partes dele também. Vejo pessoas que fazem verdadeiros mosaicos, tentando com isso, disfarçar sua incompetência e falta de caráter.


Quanto à inspiração:

Existem pessoas que ficam desesperadas por passarem longos períodos sem inspiração para escrever, mas isso é absolutamente normal. Afinal, o Poeta é o artista dos sentimentos e um instrumento nas mãos da Poesia.
Aquele que consegue escrever Poesias constantemente é porque, além de Poeta é também Escritor. Ou seja, detém a arte dos sentimentos e das letras, concomitante ou não.
Os Poetas precisam de sentimentos à flor da pele para que possam desenvolver os seus textos. Ou então, ter uma boa memória romântica (os chamados saudosistas).
Os saudosistas conseguem escrever sobre sentimentos vividos há muito tempo e com tamanha emoção, que chegamos mesmo a crer que sejam atuais (e são...).

O Poeta necessita da Poesia, pois ela representa as suas emoções. Ou seja, a sua própria vida!



Existe o APRENDIZ DE POETA?

Apesar de ser um termo muito comum no mundo da Poesia, prefiro Poeta Aprendiz. Acredito que não se aprende a ser Poeta. Ou somos ou não somos.
O que acontece é que aperfeiçoamos este dom, fazendo a leitura de outros Poetas e/ou nos identificando com algum estilo literário. Isso é fantástico! Somos e seremos eternamente Poetas Aprendizes...
Somos aprendizes da Poesia, da Vida, dos nossos próprios Sentimentos... E com eles, vamos moldando as letras retiradas da alma, lapidando as dores, desenhando alegrias e derramando nosso ser em forma de versos...

Características principais de um Poeta:

• Escreve por prazer ou necessidade da alma.
• Tem a sensibilidade à flor da pele. (consegue ouvir o som do amor)
• Dá forma aos seus Poemas e os lapida, com o mesmo carinho que uma mãe cuida dos seus filhos...
• Tem a humildade para reconhecer erros e aceitar críticas de outros Poetas.
• Pode até viver da Poesia, mas não fará disso uma Profissão.
• Participa de concursos por prazer e divulgação de suas obras.
• Foge das competições e não suporta mesquinharias.
• Nunca está em grupinhos, panelinhas e afins...
• É o coadjuvante- Não aparece mais que suas Poesias.


Enfim, é Poeta e isso basta!



Veja que tudo o que escrevi aqui é apenas um pouquinho do que é SER POETA. Se você se identificou com algo, vá em frente e seja FELIZ! A Poesia agradece!

Ser ou não ser, dependerá apenas de você!

Com carinho,

Rose Felliciano.

domingo, 4 de janeiro de 2009

PLÁGIO POÉTICO!



O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No ato de plágio, o plagiador se apropria indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio


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Com o advento da internet e a inclusão digital ou infoinclusão, toda a sociedade pode ter acesso a informações disponíveis na Internet, e assim produzir e disseminar conhecimento.

Para os Poetas, isso foi ótimo, pois seus textos ganharam a oportunidade de serem divulgados, comentados e conhecidos pelo mundo todo.


Fico imaginando os “imortais” vivendo no mundo de hoje...


Machado de Assis, com certeza, coordenaria vários blogues, comunidades do orkut e sites de poesias.

Vinícius de Moraes teria um site com download de suas músicas e comunidades com barzinhos e etc... Talvez até lançasse a musa de Copacabana da net.

Oswald e Mário de Andrade criariam espaços para divulgarem eventos e assim por diante...


Mas, como nada é perfeito, com a infoinclusão aumentaram consideravelmente o número de Plágios. Até porque, tanto é fácil copiar um poema como descobrir que este foi copiado.

Ciente disso, os plagiadores optaram por copiar apenas partes de um Poema, usando toda a sua “criatividade” para preencher as lacunas deixadas. Outros optam pelo "plágio mosaico", utilizam-se da junção de dois ou mais Poemas para construção de “sua” obra.

Existem ainda aqueles que simplesmente copiam os Poemas de outros em seu blogues ou orkuts e não mencionam a autoria. Assim, fica subentendido que aquele pode ser um Poema seu.



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Mas, a Poesia tem dono?



O poeta gaúcho Jayme Caetano Braun, diz:: “Se a poesia é bela, tem graça e tem entono. A Poesia não tem dono, é de quem se adonar dela!”.

Zeca Baleiro em sua música: Vô Imbolá, diz que Poesia não tem dono e alegria não tem grife.

No filme Postino, também conhecido como: O Carteiro e o Poeta, de Pablo Neruda, o carteiro utiliza-se de parte de um Poema de Neruda. Quando questionado, esse diz que as Poesias são de quem as lê.

Pesquisando na internet, encontrei outros Poetas e poemas com esse mesmo pensamento.

Depois de estudar bem o assunto e por também escrever poesias, deixo aqui minhas considerações a respeito do assunto:

Acredito realmente que a Poesia não tem donos, assim como nossos filhos também não os tem.

Parimos nossos filhos, os registramos, criamos... Porém, não somos donos deles. Isso, no entanto, não dá o direito de outra pessoa falar que são os pais ou registrá-los em seus nomes apenas por achá-los bonitos...

“Poemas são os filhos do artista. Utilizar uma obra sem mencionar a autoria, seria o mesmo que registrar uma criança e não mencionar o nome dos pais. Mencionar a obra com outra autoria, É CRIME!!!!" (Rose Felliciano)

Mario Quintana vai além quando diz que, para os poetas, a poesia é a expressão da sua alma.

“Se nunca nasceste de ti mesmo, dolorosamente,
na concepção de um poema… estás enganado:
para os poetas não existe parto sem dor.” (Mario Quintana)

Seria o mesmo que parir a nós mesmos, ou seja, renascer a cada obra escrita.


Talvez seja por isso que o mesmo Quintana não gostava de datar seus poemas. Ele sabia que depois de criados e divulgados, os poemas seguiriam mundo afora e que teriam novas moradas.

Sabia ele que seriam declamados em outros momentos, como se por outros e para outros fossem feitos...


Porém, "como se" é bem diferente de ser. Plágio é crime previsto no código penal . É considerado violação dos direitos autorais, cnforme artigo 184.


Ver Noções sobre Direito Autoral




E o que fazer então, para evitarmos o plágio de nossas obras?



Essa não será uma tarefa fácil, mas acredito que deva ser usado o bom senso num processo de reeducação e conscientização. Os donos, coordenadores e moderadores de sites, comunidades e afins, também devem estar engajados nesse processo de conscientização.

Ou então, teremos que ficar dia após dia pesquisando na internet e vigiando os internautas quase que diariamente, denunciando e nos aborrecendo muito com isso.

Essa atitude, com certeza, tirará o nosso tempo precioso para a poesia...




Registre suas obras, sempre!



O primeiro passo para quem quer divulgar seus textos na internet é o de registrar as obras antes mesmo de divulgá-las a público, mantendo também os manuscritos.


Veja como registrar suas obras

Veja os valores e impressos


Outra atitude importante é orientar as pessoas.

Sempre que observar algum poema na internet sem a devida autoria, envie um recado para a pessoa que o postou, perguntando quem escreveu aquele belo texto e sugerindo que seja mencionado. O recado geralmente fica visível e outras pessoas poderão aprender com isso. Quando souber a autoria, escreva informando.

Faça isso de uma maneira geral, sem se importar apenas com os textos de sua autoria. Até porque, se a maioria dos poetas fizer isso, logo alguém estará encontrando os seus textos também e orientando a pessoa.

Porém, se o plágio persistir mesmo com as orientações e isso se tornar incômodo moral ou financeiro para sua vida, cabe entrar com ação judicial, caso tenha como provar a autoria.


Veja uma matéria a respeito de indenização por plágio.



Se tiver interesse, existem vários seminários e Fóruns a respeito do assunto.


Veja os que aconteceram em 2008



Fica então, essa mensagem:


"Viva, ame e escreva
E tenha certeza
Há sempre coisas novas a criar.
E mesmo se for citar,
Nunca perderá a beleza!

E se for copiar
Não esqueça as aspas e autoria.
Faça dos poemas Eterna Magia
E credibilidade para quem os leia.” (Rose Felliciano)


Para quem gosta de unir poemas de vários autores, deixo um Poema Inspirado, porém, esse tem o nome de cada autor e nem por isso perde a sua beleza...


POEMA INSPIRADO

(Rose Felliciano)

Se fosse falar de amor e dor,
Teria muitas histórias a contar...
Já fiz mares ao chorar!
Pode até não parecer...

Mas segui os conselhos do Chaplin.
Menti tão bem a minha dor,
Que cheguei mesmo a supor,
Que era realmente feliz....

Mas como sofri....

Lembrei-me da Agatha Christie
Pois tive - não só o coração,
Mas todo o meu ser em convulsão
Dilacerado
com a solidão...

Mas, assim como a escritora, escolhi viver...

A vida é maravilhosa
E a dor não mais me engana
Seguirei também os conselhos do Quintana
Se tiver que morrer, será de puro amor apenas.

Aliás, tem coisa melhor
Em que possa esperar?
Que continuar sempre vivo,
Para morrer e morrer de amar???

Melhor que isso,
Talvez seja,
Não ter pressa de descer a correnteza
E amar e viver dia a dia
Como o Quintana mesmo dizia....

É... Mas fui seguir os conselhos do Vinícius
E olha o que aconteceu!
Amei infinitamente cada momento...
Só não imaginei que o tempo
Não era o mesmo para os dois...

Nessa hora, o infinito que durou
Foi só o meu.
Nem consegui contar os pedaços,
Da “fidelidade” em estilhaços,
Que feriram os sonhos meus.

Bem, mas passou....

Assim como Neruda,
Fiz meu último poema... E triste!
E assim como ele também,
Estive entre muitos "talvez".

Uma coisa é certa!
A Rose Felliciano tem razão:

“Apesar de toda a contra-indicação
E efeitos colaterais,
O amor ainda é o melhor -
Senão, o único remédio capaz,
De dar sentido à existência humana.”


Fontes de inspiração:

Charles Chaplin- Poema: Sorri
Agatha Christie- frases
Mário Quintana- Poema: Canção do dia de sempre e frases
Vinícius de Moraes- Soneto de Fidelidade
Pablo Neruda- Poema n.20


*Imagem utilizada nesse artigo- desconheço a autoria.



Com carinho,

Rose Felliciano.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Amar ou abster-se do amor, é sinônimo de dor???


"Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre...
Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida é dormir sem sonhar,
é viver sem ter vida...
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar é sofrer; amar é sofrer mais"!(Menotti del Picchia - Juca Mulato)


Por que sofremos quando termina um relacionamento?



Sofremos porque junto com a outra pessoa, vão-se os nossos sonhos, os planos e expectativas... Sofremos porque ficam os costumes, o cheiro, o gosto... lembranças.... um verdadeiro sentimento de frustração...

O telefone não toca mais naquele horário... não há mais mensagens... e naquela mesma paisagem, já não existe o riso fácil, o brilho nos olhos e as juras de amor....
Quanto mais intenso foi o amor, maior será sua dor...

Mas o que fazer, diante desse cenário? Devemos então, evitar o envolvimento?

Luís Fernando Veríssimo nos diz que não. Segundo o poeta, isso seria viver de Quase...

"De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo o fim é instantâneo ou indolor não é romance."

O romântico e sensível Vinícius de Moraes, em seu Soneto de Fidelidade, nos deixa claro que é necessário um grande e intenso envolvimento. Porém, nos alerta para não criarmos expectativas, tendo em vista que o sentimento é chama e finito.

"Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

Mário Quintana vai além... Em seu brilhante poema: Canção do dia de sempre, nos orienta a viver dia a dia... Viver tão só de momentos...

"Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como essas nuvens do céu...
(...)Nada jamais continua
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas".

O Cantor e compositor Guilherme Arantes em sua música "Pedacinhos", diz que é bobeira se enganar. Que o amor se quebra e que de nada adianta juntar os pedacinhos. Diz que é melhor lembrar dos momentos de prazer e entender que o adeus também foi feito pra se dizer...

"Pra que ficar juntando os pedacinhos
do amor que se acabou
Nada vai colar,nada vai trazer de volta
a beleza cristalina do começo
e os remendos pegam mal
Logo vão quebrar
Afinal a gente sofre de teimoso
Quando esquece do prazer
Adeus também foi feito pra se dizer..."


Ahh... como é boa a teoria... A receita certa para a felicidade plena!

Viver dia a dia, tão só de momentos...
Entregar-se totalmente e numa paixão ardente, porém sem criar expectativas, sabendo que o amor é finito! E sempre lembrar o prazer, dizer também adeus, pois tudo vai Recomeçar...

Se conseguíssemos viver o amor dessa forma, Juca Mulato, o personagem de Menotti del Picchia, não teria como fim inevitável, o sofrimento....

Mas, não é assim....

Quando amamos, teorias são ignoradas e por mais que já tenhamos passados por sofrimentos causados por rompimentos amorosos, esquecemos....
O amor tem esse poder... Renova nossas forças!

O amor é o mais belo dos sentimentos e vivê-lo é uma dádiva de Deus!

Tenho a mais bela definição do amor, dita pelo apóstolo Paulo, em sua carta ao povo de Corinto.

"O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba."


Esse é o sentimento e podemos ter o controle sobre ele. Porém, não temos o controle sobre a pessoa que amamos...
Quando existe a separação, a dor é inevitável...

Gonçalves dias em seu poema "Se se morre de amor?", nos diz que podemos sim, morrer de amor...

"Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!"

Morrendo ou não, nós, "Jucas Mulatos" vamos levando nossa sina...
Sabendo que o amor é perfeito, mas as pessoas não!
E entendendo, que apesar da expectativa da dor, nós amamos...

"Não ser amado é uma simples desventura. A verdadeira desgraça é não saber amar!" (Albert Camus)


E que

"Apesar de toda contra-indicação e efeitos colaterais, o amor ainda é o melhor, senão o único remédio, capaz de dar sentido à existência humana". (Rose Felliciano)


Nesse artigo, não poderia deixar de citar um poema de Luís Vaz de Camões, que nos remete aos sabores e tormentas sutis desse sentimento chamado AMOR...

"Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"



Se chegarmos a conclusão que o texto de Menotti del Picchia é verdadeiro, e que do amor só pode vir sofrimento (tanto na ausência como na presença dele), podemos afirmar também, que apesar de comparado ao veneno, ele também é o antídoto, assim como ilustrado no texto abaixo, de Agatha Christie. O qual, imagino eu, fora escrito no momento exato em que ela vivia um novo e grande amor....

"Eu gosto de viver. Já me senti ferozmente, desesperadamente, agudamente infeliz, dilacerada pelo sofrimento, mas através de tudo ainda sei, com absoluta certeza, que estar viva é sensacional."


Assim, caro leitor e leitora, deixo um conselho:
Vivencie o amor em sua plenitude! Não se acovarde... É bem da verdade que uma laranja podre contamina todas as outras a seu redor. Porém, nem por isso devemos achar que todo laranjal esteja contaminado. E mesmo que haja nova separação, lembre-se: existem perdas necessárias. Aprenda a lidar com essas perdas...

"Perder algo é uma sensação
Que nos incomoda muito...
As lembranças insistem em se fazer presente
Avivando a saudade, abrindo feridas e sangrando a alma...

É importante passarmos por todas as fases,
Não ignorando uma sequer....
Não se maqueia a dor
É como um alimento...

Temos que mastigar bem, engolir,
Esperar a digestão e a completa eliminação.
Assim, ficamos limpos e famintos novamente....
Com fome de viver e ser feliz!!!!

Não pule etapas da sua vida.
Não finja que está tudo bem...
Não deixe que situações mal resolvidas
Atrapalhem o seu caminhar...

Tenha um encontro com você
E termine esse capítulo da sua vida
Para que assim,
Consiga escrever sua história.

Não queira nada menos
Que a sua FELICIDADE!!!!
Chore apenas para lavar a alma!
Qua a dor seja apenas para romper barreiras!

E que a perda finalize,
No início da sua vitória!" (Rose Felliciano)



Seja muito FELIZ!

Rose Felliciano.




*imagem utilizada nesse artigo- desconheço a autoria.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Saudade...


Escolhi falar de um sentimento conhecido de muita gente e tão presente em nossas vidas.
Vou falar de Saudade...

"E por falar em saudade, onde anda você? Onde anda seus olhos que a gente não vê...”

A Saudade, assim como o Amor, são palavras quase 100% presentes em todos os Poemas ou melodias.
Há quem diga que não existe amor sem saudade e vice-versa.
Conversando outro dia com uma amiga minha, chegamos a conclusão que o amor não dói, mas sim, a saudade que existe nele. Essa sim, é doída demais.... Com ela, vem as lembranças, momentos, planos, palavras... Enfim, os detalhes...
Existem lembranças sem saudade, mas não existe saudade sem lembranças.
E é esse conjunto de sentimentos, que faz da saudade algo tão complexo e muito nocivo à saúde.

A saudade mata a gente?

Assim como o amor e outros sentimentos, a saudade não é classificada como patologia, portanto, não pode matar. Porém, é comprovado que a tristeza (outro sentimento ligado à saudade e ao estado saudoso) pode levar o indivíduo à depressão e outras patologias, como até mesmo, o câncer! E isso sim, pode levar a morte!

Pode-se evitar a saudade?

Não vejo muitas alternativas... A única forma de evitá-la seria o isolamento total das pessoas e do amor. Quer saber? Ainda prefiro a saudade...
O que pode ser feito, é fugir do sofrimento contínuo (o que leva ao estresse e depressão).
Procurar a distração com coisas que podem ainda dar prazer. Uma atividade física, um passa-tempo, novos amigos, leitura... Se gostar de escrever, tente colocar seus sentimentos no papel. No início irá chorar tanto, que molhará o papel... E não se engane... Se foi amor realmente, sempre se emocionará com as lembranças....

O que precisa ser evitado é a busca imediata por um novo relacionamento. Fazer isso é o mesmo que utilizar fórmulas mágicas para emagrecimento (se funcionar é só no início, depois disso, o risco de engordar é duas vezes maior).

A menos que não tenha sido amor e sim, uma mera paixão. Nesse caso até pode dar certo.

Mas se o sentimento foi mesmo Amor, lamento informar... Terá que se acostumar com a saudade...

A Saudade pode ser eterna?

Para muitas pessoas, é a saudade que os mantêm vivos!

Mas deixo aqui um alerta:

Sempre que for amar alguém, esse amor não pode e não deve ser maior que o seu amor próprio. Assim sendo, num rompimento, mesmo tendo que conviver com a saudade eternamente, ela não ocupará todo o espaço do seu ser e você poderá sim, ser muito feliz!

Uma pessoa feliz pode ter momentos de nostalgia e tristeza... Mas, serão apenas momentos...

Deixo um Poema sobre a saudade de um amor verdadeiro...

Saudade

"É sempre assim .... e não será diferente...
Quem disse que se esquece um amor,
nunca amou verdadeiramente...
Porém, vamos nós na dança da poesia!
Sempre será um novo dia...
E a saudade, que dizem ser mortífera,
Pode, às vezes, nos trazer vida...
É ela, através das lembranças,
Que faz com que o passado sobreviva...."(Rose Felliciano)

Meu carinho,

Rose Felliciano.



*imagem utilizada nesse artigo- desconheço a autoria.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ano Novo!?



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Bem, o primeiro artigo do Ano, não poderia ser de outra forma...
Vamos falar do próprio ANO NOVO...

O ano é novo?

Sim, é novo. Estávamos até ontem, 31/12, quarta-feira, em 2008. Hoje é realmente, um novo ano - 2009!
Mas, e a vida? A nossa vida, também é nova ou se renova com o novo ano?
Aí depende...
Cronologicamente, não! A cada dia que passa, ficamos mais velhos...
Mas, bendita foi a idéia de quem resolveu dividir o tempo em períodos de 12 meses, os quais denominamos - ANO!
Isso é bom, pois assim podemos planejar nossas ações, sonhos, expectativas....
É como se, a cada fim desse período, fechássemos a contabilidade do que foi planejado...
Na tela da nossa mente passa a retrospectiva do que fomos, o que fizemos...
Nossas conquistas, derrotas... Planos feitos e desfeitos...
E assim, independente do saldo, comemoramos...
Se foi ruim, já passou mesmo...(graças ao bom Deus!)
Se foi bom, nos alegramos em relembrá-lo.
O bom do Novo Ano, é que com ele, também temos a opção de nos renovarmos.

Deixo para vocês um Poema para esse novo ano de 2009.

Paz,

Rose Felliciano.


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ANO NOVO!?

"Como é bom fracionar o tempo!
Ter em um ano,
o contrato com nós mesmos...

Assim, poderemos,
ao final desse período,
comemorar os objetivos atingidos

E tudo o que não foi realizado,
deixar como expectativa
para um novo prazo

Na feliz idéia de dividir o tempo
a tempo e em tempo
de Recomeçar..." (Rose Felliciano)




* Mantenha a autoria do Poema *


http://www.rosefelliciano.com/visualizar.php?idt=1355822


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Veja no link abaixo, mais sobre A TRADIÇÃO E O CALENDÁRIO LUNAR,

http://www.hermanubis.com.br/artigos/BR/ARBRATradicaoEOCalendarioLunar.htm





*imagem utilizada nesse artigo- desconheço a autoria.